O Chile é um daqueles países facilmente reconhecíveis em qualquer mapa, mesmo pelos pouco afeitos à geografia: aquela nação estreita no canto oeste da América do Sul. E é justamente essa peculiaridade que torna a capital Santiago uma boa base para conhecer tanto o Pacífico quanto a Cordilheira dos Andes, com viagens bate-volta de poucas horas. Mas, afinal, qual a melhor época do ano para ir à capital chilena?
Bom, depende muito do que você está procurando. Um dos principais atrativos para brasileiros que vão ao Chile é conhecer os destinos de montanha e neve, uma opção que é muito mais interessante no inverno – nos meses quentes, é possível que você não veja qualquer resquício de gelo com exceção dos picos mais altos, inacessíveis ao público.
O frio também pode ser convidativo para conhecer alguma vinícola, outro tour clássico para quem sai de Santiago e quer um passeio rápido voltando para a capital no mesmo dia, mas tenha em mente que no inverno os parreirais estarão sem uvas e podados.
Dos Andes gelados ao carménère, as opções do frio
Para quem quer passeios relacionados à montanha, o ideal é ir para o Chile nos meses de inverno – ou imediatamente antes ou após. O período em que os Andes ficam cobertos de neve varia conforme a temporada, mas, em um ano de sorte, é possível encontrar paisagens brancas entre o final de maio e meados de setembro. O auge costuma ocorrer em julho.
Outro trajeto procurado nos meses frios é a subida até a estação de esqui de Farellones, um programa para o qual sobram opções de tours que vão e voltam no mesmo dia. O local costuma deixar a desejar para quem tem mais experiência nos esportes de neve, mas é uma ótima introdução às encostas nevadas de montanha para quem busca um contato inicial.
Quem não se importa em pegar uma estrada mais longa pode se interessar por esticar até Portillo, uma das estâncias de esqui mais antigas da América do Sul, a 160 km de Santiago – nesse caso, pode ser mais indicado o pernoite no próprio hotel sexagenário, mas também tem também passeio bate-volta. O passeio pode ser realizado o ano todo, mas no inverno pode acontecer da estrada fechar em caso de nevascas.
Fora das montanhas, outro passeio que se torna mais interessante nos meses frios é a visita às vinícolas nos arredores de Santiago, no chamado Valle del Maipo. O passeio mais famoso é pela Concha y Toro, na cidade de Pirque, a cerca de 1 hora da capital do país. Há diferentes tipos de tour que duram entre 70 minutos e 2 horas, permitindo degustar de três a sete taças de vinho, com direito a guias e sommeliers que falam português. Há tintos e brancos para os mais diversos paladares, mas é indispensável provar o carmenère, feito com a uva-símbolo da vitivinicultura chilena.
Os valores do tour oscilam entre 24 mil e 55 mil pesos chilenos por pessoa (R$ 140 e R$ 320). É possível ir à Concha y Toro dirigindo, mas o recomendado – para quem quer apreciar a bebida no local – é sempre contratar previamente a um serviço de transfer ou um tour específico que faz a ida e volta entre Santiago e a vinícola. Outra opção é ir de transporte público, saiba mais.
Agora, se sua ideia é pegar os parreirais cheios, o melhor é ir nos meses quentes: a vindima no Chile é tradicionalmente celebrada entre março e abril. No Valle del Maipo, as festividades da vindima costumam ocorrer na metade de abril.
Verão seco favorece roteiros a céu aberto
Embora esteja distante do deserto do Atacama, Santiago do Chile é uma cidade que já convive com um clima desértico nos meses de verão. É possível passar toda a estação quente do ano sem ver uma única gota de chuva. A ausência de nuvens também exige cuidado com a amplitude térmica na hora de arrumar as malas: é possível ter dias acima de 30 °C e noites abaixo de 15 °C no mesmo período de 24 horas.
Saindo de Santiago, um dos passeios mais concorridos é a visita ao Cajón del Maipo com parada em Termas Colinas e em Embalse El Yeso – uma represa cercada por montanhas que abastece de água a cidade de Santiago. A viagem por terra leva cerca de 90 minutos. O mais indicado é visitar a região de novembro a abril.
Embora as paisagens sejam mais deslumbrantes no inverno, o acesso nem sempre é viável pelo acúmulo de neve e pelo fato de não ser um terreno muito preparado para receber visitantes – o lugar é uma represa e não um ponto turístico. Vale sempre se informar antecipadamente se El Yeso está aberto e quais as condições – o lugar às vezes fica interditado temporariamente. Sem ver o lago-esmeralda do Embalse, a ida ao Cajón ainda ocorre, mas o passeio fica bastante prejudicado.
A falta de chuva, no entanto, pode ser convidativa para conhecer a própria cidade de Santiago, que oferece várias opções de passeios a céu aberto: aproveite o Parque O’Higgins (que inclui o parque de diversões Fantasilandia, o maior do país) ou vá ao Pueblito de Los Dominicos, onde é possível adquirir vários artesanatos típicos locais, inclusive em cobre e lápis-lázuli.
Outra opção é subir nos famosos cerros da cidade – o Santa Lucía, na região central de Santiago, ou o San Cristóbal, muito mais alto, que tem vista panorâmica da capital e inclui possibilidade de passeios de funicular, teleférico e uma ida ao Zoológico Nacional do Chile, onde o destaque vai para os pinguins de humboldt, típicos da fauna patagônica.
Ficou quente demais? Uma boa pedida é a Quinta Normal, onde além do parque em si – onde pedalinhos e jatos d’água que saem do chão fazem sucesso entre as crianças – é possível se refugiar no ar condicionado dos vários museus ao redor. Por ali, facilmente se chega a pé ao Museu da Memória e dos Direitos Humanos, ao Museu Nacional de História Natural, ao Museu de Ciência e Tecnologia e ao Museu Artequin.
Para os adeptos do bate-volta, o verão também é uma ótima pedida para adquirir um tour ou entrar em um ônibus de linha mesmo, rumo aos famosos balneários de Viña del Mar, Valparaíso e arredores das cidades-irmãs banhadas pelo Pacífico. A viagem pela estrada dura cerca de 1h30min. Na segunda quinzena de fevereiro, também ocorre o Festival Internacional da Canção de Viña del Mar, um dos mais tradicionais eventos musicais da América Latina, realizado anualmente desde 1960.
Fonte: Viagem e Turismo
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