Está aí mais uma edição dos Jogos Olímpicos. Máximo empenho, máxima concentração. Todos esperam que os atletas batam recordes, que se mostrem em plenitude. E, com essas expectativas, regressam crenças antigas, como esta: o sexo antes de uma competição prejudica o rendimento.
Mas é mesmo assim? A ciência diz que não. Ou, pelo menos, não tem dados suficientes para afirmar o contrário. Comecemos, antes, com um bocadinho de história.
“Esta crença tem raízes bastantes antigas, mas não existem evidências científicas que a comprovem”, aponta o sexólogo Fernando Mesquita. “A ideia vem da Grécia Antiga, onde se acreditava que o sémen devia ser preservado, pois a sua perda estava associada a perda de energia. Na época medieval, era também cultivada a ideia de que os guerreiros deveriam ser sexualmente abstinentes, já que a ausência de prazer sexual os tornava mais agressivos.”
Agora que já consegue impressionar os amigos com um bocadinho de cultura geral, voltemos ao sexo. Se o treinador insiste que evite o sexo na noite anterior à competição, não é por maldade, é por querer que dê o máximo.
“A justificação baseia-se no desgaste energético, que dizem poder prejudicar o desempenho no momento da prova. Apesar de haver estudos que mostram que fazer sexo antes de uma competição desportiva não estar diretamente relacionado com o desempenho na mesma, a verdade é que a atividade sexual pode ser similar a uma atividade física, já que pode levar ao gasto de centenas de calorias”, aponta Isabel Hermenegildo, médica de clínica geral e especialista em genitoestética.
Uma questão de equilíbrio
Às vezes, no ato sexual, para chegar à meta tem de “correr muito”, compara a médica. Aumenta a frequência cardíaca. E, com ela, vem um gasto de energia superior.
Se quer dar tudo no campo, talvez seja melhor não dar tudo na cama - ou noutro sítio da sua preferência.
“Atualmente, considera-se que o sexo não tem efeito direto na força física, na energia ou na resistência dos atletas. Porém, é sabido que, durante o orgasmo, ocorre a libertação de uma série de hormonas que ajudam a relaxar e causam uma sensação de bem-estar”, completa Fernando Mesquita.
“As investigações não são conclusivas sobre quais os parâmetros que podem ser afetados ao realizar atividades físicas competitivas após o ato sexual. Alguns estudos mostram até que essa relação só é comprometida dependendo do número de horas entre a atividade sexual e o início da competição, entrando aqui também a questão das horas de sono e da qualidade do descanso entre os dois momentos. Há quem afirme que, dependendo do tempo de descanso, há benefícios como ferramenta de relaxamento”, argumenta Isabel Hermenegildo.
Em conclusão, fazer sexo até pode ajudar o atleta a relaxar. Mas para saber os seus limites, é tudo uma questão de ir treinando - no desporto e fora dele.
Fonte: MSN
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